A recente decisão do Governo de aumentar os impostos sobre os automóveis importados me fez relembrar a expressão que o ex-presidente Fernando Collor usou ao se referir aos automóveis brasileiros naquele início dos anos 90: carroças.
Li recentemente na revista Exame uma reportagem que demonstrava o quanto os carros fabricados no Brasil são atrasados em relação ao resto do mundo.Aqui os carros básicos tem preços altíssimos sem o mínimo de itens de série, é só imaginar que direção hidráulica é um item de "luxo" ainda dentro de algumas (ou todas) montadoras.
Isso tudo se deveu a décadas de ações implementadas visando proteger o oligopólio existente ainda hoje no nosso país.As quatros maiores montadoras (GM,Volks,Fiat e Ford) detém mais de 70% do mercado nacional.Nos últimos 10 anos com a entrada de novas marcas, principalmente asiáticas, com produtos modernos e mais baratos abalou esse pequeno feudo das "4 grandes".
O mais impressionante é que o governo utilizou o expediente de justificar a medida dizendo que isso é pra proteger a indústria nacional.Só que já é sabido que muitos carros vendidos por essas quatro montadoras são importados sem pagamento de imposto de países como México e Argentina.
O governo ao invés de incentivar a competição no mercado automobilístico para que isso promova bem-estar aos consumidores através de preços mais baixos, prefere atender as reinvidicações de um pequeno grupo de interesse.Só podemos lamentar.
Até mais.
Algumas análises interessantes sobre o assunto:
http://bdadolfo.blogspot.com/2011/09/apagando-luz-do-fim-do-tunel.html
http://omundoemmovimento.blog.uol.com.br/arch2011-09-01_2011-09-30.html#2011_09-16_14_56_12-142809534-0
2 comentários:
Se me permite gostaria de discordar em partes. Análises que pude fazer recentemente sobre os dados da indústria automobilística dão conta de que há uma desaceleração em curso, o que pode redundar em queda do emprego. Levando em conta um setor que possui diversos efeitos tanto a montante quanto a jusante é de se esperar que o governo tome medidas verticais mais incisivas que o normal. Observe como uma questão relativamente sistêmica, como o mercado financeiro, em que há um grande efeito contágio quando da quebra de algum agente de porte considerável. No caso automotivo creio ser algo parecido, muito embora não seja a favor do protecionismo, muito menos da volta da "substituição de importações", e claro, sem deixar de ver o moral hazard, mas vejo algo razoável nessa medida do governo.
realmente esse tema é bastante polêmico.Porém continuo achando que a medida será pouco ineficiente no sentido de aumentar a competitividade da industria de carros no Brasil.Pelo contrário , ela será um retrocesso.Mesmo assim, espero que o Governo não a deixe em validade durante muito tempo.abraço e obrigado pelo comentário!
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