18 de setembro de 2011

Gastem mais para comprar suas "carroças"



A recente decisão do Governo de aumentar os impostos sobre os automóveis importados me fez relembrar a expressão que o ex-presidente Fernando Collor usou ao se referir aos automóveis brasileiros naquele início dos anos 90: carroças.
Li recentemente na revista Exame uma reportagem que demonstrava o quanto os carros fabricados no Brasil são atrasados em relação ao resto do mundo.Aqui os carros básicos tem preços altíssimos sem o mínimo de itens de série, é só imaginar que direção hidráulica é um item de "luxo" ainda dentro de algumas (ou todas) montadoras.
Isso tudo se deveu a décadas de ações implementadas visando proteger o oligopólio existente ainda hoje no nosso país.As quatros maiores montadoras (GM,Volks,Fiat e Ford) detém mais de 70% do mercado nacional.Nos últimos 10 anos com a entrada de novas marcas, principalmente asiáticas,  com produtos modernos e mais baratos abalou esse pequeno feudo das "4 grandes".
O mais impressionante é que o governo utilizou o expediente de justificar a medida dizendo que isso é pra proteger a indústria nacional.Só que já é sabido que muitos carros vendidos por essas quatro montadoras são importados sem pagamento de imposto de países como México e Argentina.
O governo ao invés de incentivar a competição no mercado automobilístico para que isso promova bem-estar aos consumidores através de preços mais baixos, prefere atender as reinvidicações de um pequeno grupo de interesse.Só podemos lamentar.

Até mais.

Algumas análises interessantes sobre o assunto:
http://bdadolfo.blogspot.com/2011/09/apagando-luz-do-fim-do-tunel.html

http://omundoemmovimento.blog.uol.com.br/arch2011-09-01_2011-09-30.html#2011_09-16_14_56_12-142809534-0

2 comentários:

Ulisses Barros disse...

Se me permite gostaria de discordar em partes. Análises que pude fazer recentemente sobre os dados da indústria automobilística dão conta de que há uma desaceleração em curso, o que pode redundar em queda do emprego. Levando em conta um setor que possui diversos efeitos tanto a montante quanto a jusante é de se esperar que o governo tome medidas verticais mais incisivas que o normal. Observe como uma questão relativamente sistêmica, como o mercado financeiro, em que há um grande efeito contágio quando da quebra de algum agente de porte considerável. No caso automotivo creio ser algo parecido, muito embora não seja a favor do protecionismo, muito menos da volta da "substituição de importações", e claro, sem deixar de ver o moral hazard, mas vejo algo razoável nessa medida do governo.

André Nascimento disse...

realmente esse tema é bastante polêmico.Porém continuo achando que a medida será pouco ineficiente no sentido de aumentar a competitividade da industria de carros no Brasil.Pelo contrário , ela será um retrocesso.Mesmo assim, espero que o Governo não a deixe em validade durante muito tempo.abraço e obrigado pelo comentário!